quarta-feira, 9 de junho de 2010
que assim seja
Hoje,1 ano após o episódio do post anterior aqui estou,em casa novamente.Meu pai começou a falar comigo há poucos dias,minha mãe continua com seus remédios pra dormir,pressão e blablabla,me culpa todos os dias pela familia fracassada que nós temos e a vergonha que eu causo à todos.Viver frustrado querendo sair de um lugar é difícil,pensar várias vezes ao dia o quanto você fracassou,as coisas que perdeu,o que desistiu, torna tudo ainda mais intenso,MAS,se você tem alguém que te ajuda no pior momento,te acalma no desespero,te fazer rir de algo que definitivamente não tem graça,é possível achar um sentido pra passar por essa situação.Eu tenho alguém assim.Também não posso deixar de falar que tenho avó,tio,tia e primos que estão sempre comigo,apoiando,e tia fodendo também!Desculpe o termo mas levei 2 minutos pra pensar em alguma expressão que compensasse tal desacato e nao encontrei algo digno.Essa tarde eu tive mais uma briga,como tantas outras de cada manhã,mas a de hoje foi diferente,parei pra pensar no quanto ainda aguento viver assim,a resposta veio rápido,eu não sei ! É constante o desespero,a vontade de sumir,a raiva de não ter uma vida estável,mas mesmo com tudo isso existe algo que me prende a essa vida 'inconstante'...meus pais.Não consigo ser egoista e sair sem olhar pra trás,mesmo não acreditando que 'o amor de um pai é maior que tudo' ainda estou aqui.Sei que esse período chegou ao fim e que se hoje acredito em alguma coisa tenho que ir atrás, conciliar os dois com as minhas escolhas é algo que não vai acontecer,mas ser feliz em algum ponto ainda tem chance,como estou hoje,não consigo em nenhum.O medo de tudo dar errado faz mal,tira o sono,a fome,mas o peso de não tentar é ainda maior.Então vamos tentar.
terça-feira, 8 de junho de 2010
o começo,ou não.
Viver pensando em possibilidades não é bom,não faz bem,já havia tempo em que dormir não fazia parte da minha rotina,comer era raro,não pense que eu vivia na rua e não tinha casa,haha,meu problema era ser quem meus pais não queriam e eu sabia disso,os mais interessados é que não.Meu pai tem outros filhos além de mim,mas fui a única que teve o companheirismo,carinho...O que um pai pode oferecer eu tive.Minha mãe teve um filho mas esse nasceu com muitos problemas e morreu antes mesmo de completar 2 anos de idade.Fui criada com tudo o que tinha direito,tenho uma irmã adotiva que é sem duvida quem eu mais amo além dos dois.Quando resolvi contar aos meus pais sobre minha sexualidade não sabia como fazer,não sabia o que falar,mas tinha certeza que precisava.Sempre fui um tanto inconsequente,minhas atitudes na época eram prova disso,eu estava disposta a mudar muito em troca de compreensão.Olhando em volta,vendo pais aceitarem os filhos acreditei que em casa também seria assim,eu ja estava enfrentando a sociedade,acreditava que meus pais me amavam mais do que qualquer coisa,e assim criei coragem.Nunca senti tanto desespero como naqueles segundos que seguiram a partir do momento que pedi aos dois que me ouvissem em silêncio até o fim,cada segundo era eterno,eu consegui ver nos olhos dos dois a reação de cada palavra,não durou mais que 1 minuto,mas foi o minuto mais longo que ja vivi.Se eu achava que ja tinha sofrido,aprendi que ver a decepção nos olhos dos pais é maior do que qualquer outra,ver rejeição é algo sem explicação.As horas seguintes foram eternas,a cada minuto minha vontade de viver era menor,meu desespero era maior.Decidi que não queria continuar,comecei a querer castigar meus pais pela dor que eu estava sentindo,a dor que encontrei procurando a verdade,não entendia tamanha revolta se eu continuava ali,era a filha,a menina que até então era o orgulho.Eu queria morrer e estava disposta a isso,me tranquei com uma garrafa de HCL e 3 vezes levei a boca,mas em cada uma delas sem querer idéias de que eu era mais forte e superaria isso vieram em mente,e eu acreditei nelas. (...)
Assinar:
Comentários (Atom)